terça-feira, 30 de dezembro de 2008

FIM DE ANO

E o sol põe-se assim nesta linda vila, a praia da Nazaré, que tantos poderão recordar na velha melodia "na praia da Nazaré ninguém pode andar em pé"... e quantos jogos se fizeram com esta cantilena...
quantas brincadeiras e corridas e rodinhas... mas o sol continua a pôr-se assim em pleno mês de Dezembro, foi há uns dias, agora está mais de chuva e frescote e vento, nortada que se achega, será que afugentará o povo que já se está chegando, e bem!, para celebrar a passagem do ano?...
Não, os palcos estão montados pela Marginal afora, do norte ao sul na praia, e também no sítio e na pederneira... e no areal lá está também o palco onde, em cada um deles, irão actuar as nossas bandas da praia, as nozes vozes e os seus músicos, que encherão todo o céu, todo o ar da Nazaré com alguns temas internacionais, essencialmente brasileiros e outros mais em voga, e os nossos tão tipicamente portugueses, os lindíssimos sons nazarenos, as nossas marchas de carnaval vão invadir e alegrar os corações do povo, que dançarão pela noite dentro ora aqui ora acoli, mais a norte, mais a sul, com uma garrafinha de água, ou a eterna "bejeca", depois de se brindar a meia noite, a chegada do ano 2009 com os flutes de plástico (que importa?) que nos oferecem, para bebermos o nosso champanhe na rua, entre todos, conhecidos, amigos, gente da terra e os de fora, em plena confraternização. Todo o povo vem para a rua, não há trânsito, entretanto já se fecharam os acessos à vila ao fim da tarde, e trazemos o champagne, e mais ou menos arredados de casa, festejaremos a vida, a nossa amizade, a companhia, a nossa praia, o nosso mar, bebemos um copo todos em comunhão de todo o carinho e amizade e lembraremos também os que já partirão, e por eles bebemos um copo! Para ti, Abílio, o Cesso, a ti, Zézinha, à Cristina, e tantos que não nomeio agora, é convosco também no coração que brindaremos à nossa praia!
À meia noite terá início do fogo de artifício que tem sido lindíssimo, pelo que talvez seja mais bonito ainda este ano...
E vai ser folia até de manhã, haverá excessos, muitos excessos... "copos" a mais neste pessoal que vem curtir sem pensar que pode haver algum perigo, e até que se esquece de que o mar não é para brincar, quanto mais nestes dias, sempre está mais mexido, com remoinhos e correntes, é inverno, está vento e chuva... e há quem se esqueça e queira entrar no mar, e já aconteceu o pior, depois de bem comidos e bebidos entrar no mar, em qualquer mar, não é de todo razoável...
Deixo algumas fotos tiradas ao longo deste ano, onde imperam as minhas princesas do mar, as gaivotas, que nem sei onde se irão abrigar com esta invasão própria destes festejos... mais a sul, têm sempre o seu espaço...
E porque beber um copo não faz mal a ninguém, (desde que a saúde assim permita) desejo a todos os meus Amigos um imenso e feliz ano novo, cheio de tudo o que tanto anseiam, com muita saúde e paz, amor e alegria, boa vontade e partilha!
E venham conhecer a Nazaré, em qualquer altura do ano, é sempre linda....................................
Bem hajam, meus amigos, deixo um beijo enorme a todos, até para o ano!













































sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Almoço de Natal

Dias não são dias, e, antes que azede ou se estrague, aproveitamos ocasiões de festa e em família e acompanhamos a refeição com o Barca Velha. O Porto é sempre boa companhia para o queijo da serra, cai sempre bem!
Um pudim, um bolo caseiro, as broas, filhózes, e outros fritos mais que próprios e obrigatórios.






E cá está ele, o perú, recheado, a fumegar, pronto e na hora do almoço de Natal, acompanhado com puré de maçã reineta , batatas fritas às rodelas, grelos salteados e uma rodela de ananaz de s.miguel, o verdadeiro e genuíno ananaz. Pãosinho saloio, saboroso e um vinho tinto a acompanhar, Barca Velha de 1991, segue-se um queijo da serra, de Seia, umas cream crackres e um cálice de vinho do porto, depois lá estavam os bolos de rei, de rainha, as filhózes, os sonhos, os coscurões e as fatias douradas, hummmmmmmmmmmmmmm e o meu bolo de natal, receita dos açores, que é uma delícia! era um dos bolos que a minha mãe fazia, este ano aventurei-me, saíu muito bem... cá estaria a mão mágica que ela punha nestes domínios culinários, foi quase um natal como antigamente, os presentes que eram possíveis, a família, o meu irmão. Faltou a minha filhota, o marido e as minhas netinhas, as minhas docinhas que lá estão por terras reais e frias a brincar ao "natal", a santa maria, o jesus e o josé, a vaca e o burro e muita brincadeira!

Para o ano ainda vai ser melhor, meus amores!

Agora é dieta! tirei férias da cozinha, sim, pois amanhã tenho o casamento de um dos meus meninos hoquistas, o mais bonito... Não, não é bem assim, é um dos mais bonitos!!!

Depois preparar o fim do ano, a festa, o réveillon... mas talvez não, está bom tempo (espero!) e hei-de ir até à Nazaré, ao meu mar, a minha areia, e as minhas meninas, princesas do mar, as gaivotas, às minhas gentes, nem vou antever ou contar nada, porque na Nazaré é tudo muito especial, diferente! Atrevam-se a ir até lá, com tempo e sem tempo!

Feliz Ano Novo para todos os Amigos!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Natal

E "nevou" um pouco neste dia de sol imenso... sempre dá um ar mais natalício à minha árvore, é Natal, tempo de frio, chuva, neve, vento, é inverno no nosso país, em toda a europa, e nós, neste nosso cantinho à beira mar plantado, até somos sortudos, pois o inverno até é ameno, acendemos a lareira muitas vezes para criar um ambiente caloroso, e porque é bonito ver e sentir o crepitar da lenha
Até o meu presépio de Angola ficou um pouco "nebliscado", mais agora que por lá é verão, tempo de noitadas de churrascos e de ir para a praia, para aquela baía de Luanda, ou à ilha do Mussulo, um paraíso alí ao largo, com águas transparentes, convidativas ao mergulho...
E ambientei mais o meu velho presépio com musgo, que não resisti e comprei... isto de ir à terra lembra mais ainda a velha tradição e, como de costume, havia musgo à venda na praça da fruta, então lá trouxe uma caixa e sempre ficou mais engraçado...


Para completar cá está uma vela amarela, quadrada, no sopé da árvore, conforme ouvi dizer que é assim que se deve fazer, já só falta a chegada do pai natal com o seu saco cheio de prendas!
Como diz a minha filha que está na Nederlands "faz de conta que estamos aí...", é também para as minhas princesinhas que enfeitamos o catinho com um cheirinho mais a Natal, prendinhas já estão por lá, as nossas de cá e as de lá que o Santa Klaas chegou na noite de 5 para 6 e deliciou a pequenada holandesa. Agora é a vez dos principesinhos de cá, ansiosos, expectantes, cheios de cuidados e atenção para não se portarem mal (as crianças nunca se portam mal, nós é que exigimos tanto, às vezes...), pois o Pai Natal anda à espreita para entregar as desejadas prendas a quem tanto as merece!
Mesmo nestes tempos de crise financeira tão generalizada, vai haver uma lembrança no sapatinho de cada um, mesmo pensando e sabendo que o Natal é quando o homem quiser, aproveita-se a ocasião de oferecer nem que seja um pequenino miminho!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL!

Um presépio angolano, a simpatia de uns amigos que me ofereceram este presépio no verão passado, feito em madeira de pau santo, umas figuras muito bonitas, para lá desejo a todos um Natal muito feliz!
O nosso presépio, tem já muitos anos... peças antigas, muitas já lesionadas, coladas... numa caixa de cartão que faz de cabana, e este ano nem fomos apanhar musgo!
O menino Jesus tem um berço de palhinha a sério, é uma das peças mais bonitas...

O presépio da minha terra, de Caldas da Rainha, exposto junto à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, bonito!


A minha árvore de natal, decorada pela minha filhota mais nova e pelo meu neto Martim
E o Natal está à porta, e já que todos se portaram tão bem, o Pai Natal há-de chegar carregadinho de presentes para todos!
Haja saúde e paz em todos os lares, alegria, felicidade, amor, e o resto vem por acréscimo...
Era bom poder dizer que o Natal é todos os dias, é quando o homem quiser, era bom poder festejar o fim de tudo o que está de errado na vida de cada um, não haver mais guerras, opressão, sofrimento e dor, era bom que as crianças sorrisem sempre e brincassem, não haveria fome nem desespero, era bom brindar o fim da prepotência do homem e a violência...
É apenas Natal!
Que haja pão na mesa de cada um e vontade de ter uma existência feliz, com ideais e rumo certos
sem atropelos e sem andar à deriva.
As crianças, a família e os amigos são sempre o melhor que temos, assim, desejo a todos um Natal muito feliz!



terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Holanda em dezembro


Também por aqui as princesas do mar vêm à procura de alimento e depicam migalhas e nacos de pão que se sacodem para a relva

e há sol!!! sim, houve sol e até estava quente por umas horitas, já que por volta das 16h começa a anoitecer


o mollen, no centro de alkmaar, num amanhecer cinzento, altivo, como quem diz "na primavera e no verão estou bem mais acolhedor, com sol, calor e tantas horas de dia!"
a rua das pastilhas, as paredes de um lado e do outro estão cobertas de pastilhas elásticas, mastigadas... coisas das nederlands...


e em meios de dezembro ainda me perguntam "tava frio???", não!, nem frio nem calor, 0 - zero graus de média durante o dia, um dia que vai das 10/11 horas até às 16h, altura em que começa a escurecer...
este frio húmido que entra e penetra pelos ossos, este tempo que nem os nascidos nesta terra das tulipas, das vacas e dos queijos, gosta, que andam agasalhados até ao pescoço e que a cada dia que passa anseiam o final do inverno!
E eu também, mas o amor tráz destas coisas e o coração chama duas vozes de princesinhas mais doces que o mel em sons de "OMA" - avó, tó... e por elas nem se sente esse frio, a camada de gelo que cobre as estradas e os automóveis, os lagos ou a água nos canais, onde as gaivotas, as garças e outras aves deslizam como que patinando em vez de nadarem em busca de algum alimento... mas por aqui há as chamadas "ambulâncias dos animais" que percorrem a cidade e distribuiem pão pelos locais onde as aves se encontram para que estas se alimentem!
No inverno há o sol nas crianças e delas e por elas tudo se consegue ultrapassar!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

TOT ZIENS


Princesas de mais longe, vigilantes, esvoaçantes noutros céus, mais fresquinhos e com menos sol, mas com muito calor no coração...




As "minhas" meninas, princesas do mar, do mar da Nazaré, sobrevoando na maresia da ondulação ao de leve, espreitando a embarcação que se avista e vai entrar pelo porto de abrigo, carregada de peixe, Deus queira!
pode ser que lhes caiba qualquer coisinha..........



Outras irmãs, estas do sul, de Lagos, espreitando a noite nos seus postos de vigilância

Outras irmãs, na Ericeira, naquela praia onde o mar é mais azul, como se canta, e elas esvoaçam e esperam...

E este par enamorado, indiferente ao que se passa no seu redor, em Cascais, no Guincho, mais propriamente, todas iguais e todas diferentes, mantendo alguma impassividade na espera de alguns pedaços de pão ou algum peixe que lhes ofereçam...
Aqui, em Viana do Castelo, as princesas têm mais sorte, alguma mão caridosa lhes vai dando alguns alimentos que depositam numa tijela que está no areal, e que elas tão bem guardam e protejem...


Tot Ziens, my friends, eu já venho, vou cheirar outros ares, outras virtudes, levar um bocadinho de sol aos meus amores e tentar nem pensar noutras coisas que não seja uma vida feliz, com saúde e paz!
É Natal, meus amigos, vamos pensar apenas em coisas boas, no bacalhau e no perú, nas broas e no bolo de rei, nas fatias dourads e nas azevias, e num bom vinho tinto, escusa de ser "barca velha" ou "pera manca"..., pode também vir um porto, um espumante, do nosso, nacional...
Já me quero a cuidar destes tachos e da mesa...
Fiquem bem, até já!



segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

FLORBELA ESPANCA



Florbela de Alma da Conceição Espanca, nascida a 8 de Dezembro de 1894, em Vila Viçosa, falecida a 8 de Desembro de 1930, em Matosinhos.
Escreveu o seu primeiro poema em 1903, ao qual deu o nome de A Vida e a Morte. Em 1920 estreou-se com Livro de Mágoas. A sua obra reflecte e, ao mesmo tempo, inspira-se nas suas mágoas: a doença (neurastenia), os abortos, a morte do irmão, que a deixou na mais profunda depressão e a quem dedicou o livro Máscaras do Destino, e os casamentos frustados.
A sua poesia denota a perfeição e que poderá traduzir-se numa das suas mais célebres frases: "SER POETA É SER MAIS ALTO, É SER MAIOR DO QUE OS HOMENS!"
Seria depois da morte que os seus poemas viriam a imortalizá-la.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Florbela, a poetisa de dor

A MEU IRMÃO, AO MEU QUERIDO MORTO



Quando há oito anos traçava com orgulho e ternura, na primeira página do meu primeiro livro, onde encerrara os sonhos da minha dolorosa mocidade, estas palavras de oferta: À querida alma irmã da minha, ao meu Irmão, que voz de agoiro, que voz de profecia teria segredado aos meus ouvidos surdos, à minha alma fechada às vozes que se não ouvem, estas palavras de pavor: Aquele que é igual a ti, de alma igual à tua, que é o melhor do teu orgulho e da tua fé, que é alto para te fazer erguer os olhos, moço para que a tua mocidade não trema de o ver partir um dia, bom e meigo para que vivas na ilusão bendita de teres um filho, forte e belo para te obrigar a encarar sorrindo as coisas vis e feias deste mundo, Aquele que é parte de ti mesma que se realiza, Aquele que das mesmas entranhas foi nascido, que ao calor do mesmo amplexo foi gerado, Aquele que traz no rosto as linhas do teu rosto, nos olhos a água clara dos teus olhos, o teu Amigo, o teu Irmão, será em breve apenas uma sombra na tua sombra, uma onda a mais no meio doutras ondas, menos que um punhado de cinzas no côncavo das tuas mãos?!...

Que voz de agoiro, que voz de profecia teria segredado aos meus ouvidos estas palavras de pavor?!

Ah, a miséria dos nossos ouvidos surdos, das nossas almas fechadas! Les morts vont vite... Não é verdade! Não é verdade! Os mortos são na vida os nossos vivos, andam pelos nossos passos, trazemo-los ao colo pela vida fora e só morrem connosco. Mas eu não queria, não queria que o meu morto morresse comigo, não queria! E escrevi estas páginas...

Este livro é o livro de um Morto, este livro é o livro do meu Morto. Tudo quanto nele vibra de subtil e profundo, tudo quanto nele é alado, tudo que nas suas páginas é luminosa e exaltante emoção, todo o sonho que lá lhe pus, toda a espiritualidade de que o enchi, a beleza dolorosa que, pobrezinho e humilde, o eleva acima de tudo, as almas que criei e que dentro dele são gritos e soluços e amor, tudo é d'Ele, tudo é do meu Morto!

A sua sombra debruçou-se sobre o meu ombro, no silêncio das tardes e das noites, quando a minha cabeça se inclinava sobre o que escrevia; com a claridade dos seus olhos límpidos como nascentes de montanha, seguiu o esvoaçar da pena sobre o papel branco; com o seu sorriso um pouco doloroso, um pouco distraído, um pouco infantil, sublinhou a emoção da ideia, o ritmo da frase, a profundeza do pensamento.

Bastar-me-ia voltar a cabeça para o ver...

Este livro é de um Morto, este livro é do meu Morto.

Que os vivos passem adiante...



Florbela Espanca

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Recordar concerto de verão






E venho recordar e ouvir este tema mais uma vez na voz do Valter, e porque está tanto frioooooooooo, um tema assim, italiano, quentinho, a lembrar o verão, o mês de agosto, os concertos das amenas noites nazarenas, neste cheirinho a maresia que se espalha neste povo, e porque me apeteceu!


Mas convido-vos a ouvir e, quem sabe, talvez até vos agrade a ideia de aparecer na nazaré dos meus encantos, terra de boa e linda gente, um mar imenso e um areal que se estende nos olhares de quem a visista...


E há gaivotas, muitassssssss, lindas todas elas, de norte a sul cobrem a praia como se de um manto se tratasse!


Fica o convite, quer seja de inverno, numa beleza especial, ou de verão, no conforto e interesse dos amantes de praia e sol.