OK... Código... OK

Uma senhora da Nazaré ligada às lides do peixe, num destes dias já passados do ano 2002, gostou tanto da roupa que estava exposta na montra de uma loja de roupa de criança, que resolveu entrar na loja e disse para a balconista:

-À 'miga... goste tante daquela r'pinha p'á nha neta!::: Guardas-aí q'ô vôn a casa d'unstante bescar denhêre q'ô só tenhe aqui o cartão!...

Balconista - Atão se tem aí o cartão, pode pagar mesmo com ele!...

-À 'miga mas é c'ô na sê!...

Balconista - Na faz mal q'eu ensino-lhe. Pode escolher à vontade, que no fim a gente trata disso.

(escolhida a roupa, não só a da montra, mas a outra para encher o baú da neta, passou-se à fase do pagamento)

Balconista - Dê-me o cartão. Veja que não tem dificuldade nenhuma. (pegou no aparelho e disse para a cliente) - 'tá ver... é só pôr OK... Código... OK, 'na custa nada... faça lá você e ponha o código!...

Então, a cliente pegou no aparelho como se de um telefone se tratasse e estivesse a fazer uma chamada, encostou-o ao ouvido e disse:

-OK... Código... OK., 'na custa nada... Se soubesse qu'era tão fácel pagava sempre c'o cartão. Mas daqui p'á frente já 'na quere ôtra coisa!...

NAZARÉ, Suas histórias e suas gentes - Joaquim Pimenta

Neste princípio do ano conto-vos mais uma cena verídica passada há uns anos, precisamente 7 anos, com as gentes da praia da Nazaré... Coisas simples e inocentes do povo nazareno...

Feliz ano novo a todos!