Já lá vai Pedro Soldado
num barco da nossa armada
e leva o nome bordado
num saco cheio de nada.
Triste vai Pedro Soldado.
Branda rola não faz ninho
nas agulhas do pinheiro
nem é Pedro marinheiro
nem no mar é seu caminho.
Nem anda a branca gaivota
pescando peixes em terra
nem é de Pedro essa rota
dos barcos que vão à guerra.
Nem anda Pedro pescando
nem ao mar deitou a rede
no mar não anda lavrando
soldado a mão se despede
do campo que se faz verde
onde não anda ceifando
Pedro no mar navegando.
Onde não anda ceifando
já o campo se faz verde
e em cada hora se perde
cada hora que demora
Pedro no mar navegando.
E já Setembro é chegado
já o Verão vai passando.
Não é Pedro pescador
nem no mar vindimador
nem soldado vindimando
verde vinha vindimada.
Triste vai Pedro Soldado.
e leva o nome bordado
num saco cheio de nada.
Soldado número tal
só a morte é que foi dele.
Jaz morto. Ponto final.
O nome morreu com ele.
Deixou um saco bordado.
E era Pedro Soldado.
Manuel Alegre (os poemas da guerra)
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44 comentários:
amigos dos meus amigos...
vim ver... da cor do mar
encontro uma gaivota a voar
um romance a guerrear
e um espaço a visitar
um abraço
luísa
olá luísa
obrigada pela visita e pela linda quadra que aqui deixas!
beijinhos
"Todas as prendas que me deste, um dia,
Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
Eu vou falar com elas em segredo ...
E falo-lhes d'amores e de ilusões,
Choro e rio com elas, mansamente...
Pouco a pouco o perfume do outrora
Flutua em volta delas, docemente ...
Pelo copinho de cristal e prata
Bebo uma saudade estranha e vaga,
Uma saudade imensa e infinita
Que, triste, me deslumbra e m'embriaga"
Adicionei-te o teu blog aos que leio e apresio...
Serás sempre bem vindo (a)
Um dos meus poemas/poetas preferidos... Cantado também é lindo. Serviu-me de ispiração, juntamente com outros poemas sobre outros Pedros, para o nome do meu filho.
Não conhecia e gostei muito.
Bjocas
Que triste... morreu...
O Mais trsite foi o saco bordado cheio de nada...
Ai ai...
Bjoooo
É lindo esse poema
Mas cada vez mais sinto que estamos em um fascismo encapotado
Se amanhã não comentar é porque me levaram presa
beijinhos
Um poema lindíssimo e comovente de um homem de Liberdade.
Alegre andará sempre associado à luta contra o fascismo.
Deixo-te mil beijinhos, princesa minha.
marta
um poema muito bonito que trazes hoje aqui...
beijinhos
1/4 de fada
é muito bonito, como todos os poemas de manuel alegre e cantados também
beijinhos ao teu Pedro e a ti
comecardenovo
ainda bem que gostaste, são muito lindos os poemas!
beijinhos
m@elli
é um poema da guerra, minha amiga,
do antigamente
beijinhos
multiolhares
querida luna, dizes muito bem! fascismo encapotado...
já seremos duas a sermos presas...
mil beijinhosssssssssss
sophiamar
isabel, minha amiga, é um homem da Liberdade, um poeta, escritas lindas, também gosto muito!
beijinhossssssssssss grandesssssss
estespoemas do Manuel Alegre são sempre fantásticos.
Já o conhecia, mas nunca me canso de o reler.
Bjinhos
Olá Gaivota,
Quero muito agradecer a sua passagem pela lusitana, que deixou meu coração feliz.
Temo apenas a Pedro Soldado o futuro a ele reservado. É um poema de mestre, maravilhoso pelas suas linhas na jornada de um soldado que ja não regressou.
Um bj Amigo,
Ed.g
Poema lindíssimo amiga.
Passo para te desejar um dia cheio de vitórias.
Muitos beijinhos no coração lindo.
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)
*
parti sem pedro soldado, são !!!
muitas, muitas vezes, gaivota ...
,
obrigado pelo manel, linda
,
a mim ninguem me cala,
e a mim tambem não !!!
*
Vou deixar este livro. Adeus.
Aqui morei nas ruas infinitas.
Adeus meu bairro página branca
onde morri onde nasci algumas vezes.
Adeus palavras comboios
adeus navio. De ti povo
não me despeço. Vou contigo.
Adeus meu bairro versos ventos.
Não voltarei a Nambuangongo
onde tu meu amor não viste nada. Adeus
camaradas dos campos de batalha.
Parto sem ti Pedro Soldado.
Tu Rapariga do País de Abril
tu vens comigo. Não te esqueças
da primavera. Vamos soltar
a primavera no País de Abril.
Livro: meu suor meu sangue
aqui te deixo no cimo da pátria
Meto a viola debaixo do braço
e viro a página. Adeus.
,
in - Manuel Alegre
,
um grande beijo,
por ti e pelo manel,
,
*
Um belo poema de batalha e luta! Bjo
Um belo poema de batalha e luta! Bjo
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Um excelente poema de Manuel Alegre , que adorei (re)ler.
Jinhos mil
chinha
é sempre bom ler e reler manuel alegre, mais ainda nestas alturas de abril!
beijinhos
ed.g.
quantos soldados não regressaram...
a dor de tanta gente, de tantas famílias!
beijinho
anita,
minha amiga, também te desejo todas as vitorias na tua jornada
beijinhos
poetaeusou,
terás partido, sim, meu amigo!
bem que posso imaginar, sabendo as lides do povo nazareno...
bem sabes que manel alegre, o poeta, o homem, um senhor de abril, dos cravos, sempre a louvar e recordar!
para ler, reler, sentir e acreditar,
que as nossas vozes não se calarão!
é assim, zé, não é?...
beijinhos grandes nestes dias de férias
eduardo
uma batalha, uma luta, que nunca mais tem fim, nas palavras do poeta que tão bem o sabe dizer!
beijinho
maria clarinda
minha amiga, nunca é demais ler e reler manel alegre e lembrar a sabedoria des te grande homem
beijinhos
Gaivotinha Linda!
Vim reler este poema de que tanto gosto. Já o li várias vezes e comovo-me sempre.
Beijinhosssssss
É preciso, é!
Alegre ou Adriano, Fanhais, Natália ou Ary e os outros, todos os outros...
Muitos, hoje, serão poucos!
abraços!
Olá...venho avisar que não sei porquê deixei de ter acesso ao meu blog "Silêncio da Alma"...
Por isto, venho-te indicar o meu novo blog:
http://encontro-de-almas.blogspot.com/
Fiquei triste por o outro ter desaparecido mas não sei a razão
beijinho
Muito interessante, amiga! Não o conhecia! Gostei da linguagem fluente.
Um abraço!
Belo poema. Memórias...
Obrigada pelas suas palavras.
Voltarei.
Anad
saudades de ti
Olá Gaivota.
Obrigado pela visita.
Excelente poema de Manuel Alegre sob um dos episódios mais tristes da nossa história: a Guerra Colonial.
Um abraço.
Olá minha querida Gaivota, lindo poema e belídssima foto da minha menina... Beijinhos de carinho,
Fernandinha
sophiama
companheira das andanças de mar, avó de maria, como eu, nunca é demais ler e reler este poema, já que era ou foi retrato do dia-a-dia de tantas famílias, noutros tempos...mexe cá dentro!
beijinhos grandessssssss
tinta permanente
pois claro que sim! é muito mais que preciso!
tantos e muitos mais serão sempre poucos, é verdade, cada vez mais!
beijinhos
marta,
minha querida andam a acontecer "coisas esquisitas" nos blogs, ou desaparecem comentários, há blogs que ficam bloqueados, eu, como não percebo nada destas andanças, não faço ideia de o porquê destas coisas...limito-me à minha burrice!
visito-te neste teu novo cantinho...
beijinhos
gerlane
Manuel Alegre, um poeta, escritor da revolução dos carvos, de abril de 1974, neste caso, refere um, entre tantossssssssssssss, soldado que partiu para a chamada guerra colonial e por lá ficou, morreu, não voltou a casas...
beijinhos
ondina, querida filha
e eu de ti! e de ti! e de ti! e também de ti!
4 x ti's... vou tirar à sorte para evr quem vai ser a primeira a ser contemplada com os meus braços, abraços, beijos e colo...(vou fazer batota, hihihihihihihi)
até lá, mando mil beijinhossssssssssssssssssssssssssssssssss a dividir!
anad,
são sempre belos os poemas de manuel alegre, sempre profundos, cheios de sentimento, principalmente nestes abril(s)
mas deveriam ser igualmente lembrados e lidos ao povo, como uma marca a nunca mais esquecer...
beijinhos
tózéfranco
tema triste, muito triste no desfecho dum capítulo mais marcante da nosssa história, a guerra colonial, como dizes...
e pela mão sábia deste nosso poeta, que sempre tão bem retrata este episódio...
beijinhos
fernandinha
minha querida, são semprfe lindos os poemas de manuel alegre, o homemque tão bem escreve sobre estes assuntos e que envolve o drama que foi a guerra colonial
todo o carinho em beijinhos
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